Monday, January 22, 2007

Dos bairrismos redundantes

Minha constatação de hoje é que toda música bairrista é repetitiva e irritante.

Li semana passada O País do Carnaval, de Jorge Amado – inclusive, um cara notoriamente bairrista – e isso me levou a prestar atenção em uma cantoria do rádio que ia assim: “São Salvador, Bahia de São Salvador...” e até cheguei a desejar ter ouvido desde o começo a tal musiquinha, que tinha um ritmo frenético como qualquer escola de samba e uma intérprete competente.

Ledo engano! A música não tinha começo nem fim! Era simplesmente a repetição dessa frase, em diferentes tons; apenas isso, com algumas variações sobre o Senhor do Bonfim ou o negro e o mulato.

É como outra música, sobre São Paulo, que não diz nada além de “São Paulo, meu amor”.

Alguém já ouviu essa? Tomara que não...

2 Comments:

Anonymous Anonymous disse...

Nada mais bairrista que a gauchice quase "macha" dos sulistas, a mineirice do pão de queijim e a bichice fashion dos paulistanos em plena SPFW.

as fronteiras estão ai, mesmo Guevara as combatendo e combatendo dentro delas, só resta a docidisilusão de rompermos o arame farpado e ocuparmos os espaços que nos restam num mundo que virou o quintal globalizado.

Marear é mais fértil e útil,enquanto a poesia for a mãe de todas as artes e manha

ao contrário do que dizem os caetanidólatras, a melhor canção sobre são paulo é do velho tom zé e não sampa.
E foi gravada em 1968. Voce ja tinha nascido baby?

beijos
Julio

ai vai a letra

São São Paulo (Tom Zé)
1968

São São Paulo quanta dor
São São Paulo meu amor
São oito milhões de habitantes
De todo canto e nação
Que se agridem cortesmente
Correndo a todo vapor
E amando com todo ódio
Se odeiam com todo amor
São oito milhões de habitantes
Aglomerada solidão
Por mil chaminés e carros
Gaseados a prestação
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São São Paulo quanta dor
São São Paulo meu amor
Salvai-nos por caridade
Pecadoras invadiram
Todo o centro da cidade
Armadas de ruge e batom
Dando vivas ao bom humor
Num atentado contra o pudor
A família protegida
O palavrão reprimido
Um pregador que condena
Um festival por quinzena
porém com todo defeito
Te carrego no meu peito

24 January, 2007 07:51  
Anonymous Anonymous disse...

e por falar em bairrismo.
Sampaulicéia atravessa mais um cumpleaños, 451 em plena forma caótica, destilando os desejos dos que ficam presos em congestionamentos e janeloculta dos prédios.
como diriam os "premeditando o breque" - é sempre lindo andar, na cidade de são paulo, o clima engana, a vida é grana...em são paulo...

beijos
Julio M.

25 January, 2007 05:00  

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